Thursday, November 01, 2007

enterro

Enterrei-te ainda respiravas,
derramava terra sobre o teu corpo,
Respiravas cada vez menos,
Eu acompanhava,
Matava-te e tu a mim aos poucos.

A terra cobriu-te,
E as flores deram a última cor,
Ao que antes para mim foi sombrio,
Tudo passa... tudo se esquece,
E tu não serás excepção.

Continuarás a viver um pouco dentro de mim,
Mas esse pouco será insuficiente,
Abro os braços a quem sente,
Na esperança de ser sentido.
Lanço um sorriso por ter sido sempre verdadeiro
Nesse sentimento agora perdido.

Enterro-te e volto as costas,
Já não existem respostas,
Para as lágrimas que me fazes derramar.
Isso será dor, raiva e mesmo ódio mas nunca será amar
Como antes o era...


Mato-te para poder voltar a viver.

André Henry Gris

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