Saturday, March 31, 2007

Meu Filho

Se algum dia caíres meu filho,
Não te dês por vencido.
Prossegue esse glorioso caminho.

Na queda, irás abraçar a experiência,
Aquela que magoa sem violência,
Mas que bruscamente ensina.

Não te deixes enganar por esse olhar,
Por vezes o que vês, não existe.
Não desistas por ser diferente, persiste
No olhar que consegue enganar.

Abraça essa brisa invisível que passa,
Não te limites, faz do mundo a tua casa.

Contempla os erros criados no teu passado,
Não repitas erros, aprende o significado.

Nunca ignores quem foste, estarás
A destruir quem um dia serás.
Nasce para aprender,
Para depois seres ensinado.

Não deixes que o medo prejudique o destino,
Corre Destemido, se é nele que encontras sentido.
Não deixes de amar só porque outros não sentem,
Não desistas o tempo irá fazer com que eles acreditem.

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A Cura

O tempo que passou,
Dizem que é a cura,
Mas ainda não curou,
Declama a saudade que procura.

Pleno de esperança,
De um tempo que avança
E que sem fé reclama
A ausência de quem ama.

Observo o que o futuro reserva,
Por entre uma porta aberta
Que teima em não fechar,
É dor... a dor de saber amar.

Sempre que com esforço,
Tento esquecer,
Desenho um esboço
Do futuro que desejo ter.

A dor, essa de sem certeza
Saber que só em ti contemplo a beleza.
Esse tempo é dono da loucura,
Que nada faz, perdeu-se sem cura.

O Mar

O mar que banha,
Essa manhã,
Que o sol raia,
A infância,
De quem já foi criança.
As ondas de raiva
A força,
De juntar palavras
Nessas ondas,
Derramadas
Pela natureza.
Como lágrimas
Que já não o são
Apenas criação,
De uma memória
Sem história,
Que perante o tempo
Desvanece,
Aos olhos
De quem agora cresce.
A maré que enche e esvazia
Essa dor...
Que antes nascia.
Será sempre bela


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