Tuesday, November 20, 2007

Serpente, maça ... pecado

És a dor.
e o fruto proibido,
uma maça... uma serpente.

a trinca dada,
marcará uma vida,
como o doce pecado
antes tocado.

hoje, temos vergonha
da ilusao do paraiso
com que este poeta
agora sonha.

no inferno,
onde a alma pecou
ainda sonha com aquela maça que trincou.
com a serpente...

e derepente percebeu,
se pudesse voltar a trincar
o fruto proibido
voltaria a faze-lo.

Pois o fruto proibido foi amar.

André Henry Gris

Espero por ti... ilusao

Espero que entres
que sintas
o que já nao sentes.

espero por ti, por um tempo
espero pelo segundo mais lento,
pela vida mais rapida
espero pela saida.

da dor que mostras,
espero sem saber o que vai chegar,
espero para amar, consentes?

Deixa que eu viva num sonho,
belo demais para ser a realidade
em vez do pesadelo... esse que agora consinto.

nada mais tenho... se nao o caminho dos meus passos
nao os teus... e muito menos os de um passado.

escrevo a espera de um futuro.... eterno demais para chegar.

André Henry Gris

Conquistador

Conquisto a dor da revolta
a solta,
nestas páginas de máguas.

conquisto um sorriso,
fruto
de um riso no passado
que a vida ensinou.

conquistou tudo
menos a voz
deste poeta mudo.

perdeu-se num oceano
todos estes anos,
onde pensou
que tinha o que nunca teve.

agora escreve,
sobre as batalhas futuras,
sobre derrotas passadas.

Num presente leve demais... para ser sentido.


André Henry Gris

prisioneiro da noite

A espera da noite que se transforme em dia,
consome o pouco de sanidade que reside em mim.
Observo as pessoas a passarem por mim...
sem me tocarem sem olharem.
só eu vejo aqui mantenho-me prisioneiro.

prisioneiro de uma dor, de um ódio
que consome a noite em tons claros,
de espaços apertados.
que sufocam a respiração que luta
por sobreviver.

Não sei o que estou a perder, talvez a vida
sem perceber.
só sei que nada sei e continuarei sem saber.
reencontro a dor em qualquer nosso
ponto de encontro distante ou perto
sem ser certo.

A certeza que destruiu a pouca sanidade
que resta com salpicos de saudade numa difícil tempestade.

André Henry Gris

Entrego-te

Entreguei-te o meu sentimento,
os meus sonhos, os meus planos futuros
recebi o tormento,
de mais momentos escuros.

Na frieza desta cidade sem natureza,
encontra-se a alma desnudada,
numa tela pintada
por palavras, neste bloco de notas dolorosas.

que doem ao ler e ao reler, e ao escrever
ao sentir o que já nao existe, para ser sentido
num poema fechado, trancado a 7 chaves,
tu ainda lá vives, cada dia nasces,
mesmo querendo eu que morras....

André Henry Gris

Sunday, November 18, 2007

um uivo de dor

Sofro agora em plena noite de lua cheia,
num uivo de dor encontro,
o ponto de recolha de um olhar pronto,
a ser contrariado por um eterno passado que já passou.

Permaneço agora eu...
novamente ateu do teu corpo
pois já não acredito que um dia volte a ser meu.

Tinha que acontecer alguma vez,
ontem, hoje ou amanha
só sei que foi de vez...
sem tempo nem verbo de um presente
apenas sinonimo de um passado.

com letras que juntam e formam palavras,
e desfazem outras num ciclo de poemas,
numa utópica verdade em prosa
sem formação, esquema ou sentido
como um poeta aqui nesta cidade estranha completamente perdido.

André Henry Gris

A cegueira de um desejo

As minhas mãos, desenham o teu rosto,
não o que os olhos observavam mas o que a mão sentia,
o brilho desaparecido num oposto,
agora pelo toque dos meus dedos renascia.

Passeava pelos lábios agora proibidos de serem beijados
mas nunca de serem desejados,
pequei neles e desenhei os meus junto dos teus
segredos dos meus olhos fechados,
que projectaram dois corpos que se amavam.

Numa nudez da primeira vez,
em constante timidez
por entre estes olhos agora trancados
numa primeira vez... que desejei um beijo
e não pude tê-los.

André Henry Gris

a mudança do poeta

já não desejo como desejava
não vejo como antes via
numa estrada amargurada ficava
um presente que a mim não pertencia

nascia, outro poeta não este de coração aberto
nascia um repleto de dor e malícia
que matava o outro que do amor fazia nascer poesia
agora... só a dor comandava esta estrada de ódio
num poeta nunca mais sóbrio.

desisti, quando quem dizia que amava,
simplesmente partiu,
nele a alma destruiu-se
e nunca mais foi o mesmo poeta que na dor se descobriu.

Não te impeço que tentes trazer de volta,
neste meu mundo fechado em obscuridade e revolta,
mas nunca mais serei o mesmo que sempre fui.
pois o poema deveria ser eterno mas foste tu quem o destruiu

e o sabor esse... agora voltou-se para outras folhas
outras folhas que não as minhas.

André Henry Gris

Thursday, November 01, 2007

enterro

Enterrei-te ainda respiravas,
derramava terra sobre o teu corpo,
Respiravas cada vez menos,
Eu acompanhava,
Matava-te e tu a mim aos poucos.

A terra cobriu-te,
E as flores deram a última cor,
Ao que antes para mim foi sombrio,
Tudo passa... tudo se esquece,
E tu não serás excepção.

Continuarás a viver um pouco dentro de mim,
Mas esse pouco será insuficiente,
Abro os braços a quem sente,
Na esperança de ser sentido.
Lanço um sorriso por ter sido sempre verdadeiro
Nesse sentimento agora perdido.

Enterro-te e volto as costas,
Já não existem respostas,
Para as lágrimas que me fazes derramar.
Isso será dor, raiva e mesmo ódio mas nunca será amar
Como antes o era...


Mato-te para poder voltar a viver.

André Henry Gris